Inédito e exclusivo
Vinícius de Moraes
Farra de uísque, versos e beijos
“...a ausência é a morte
É a morte mais tristemente
É a morte mais devagar”
(Vinícius de Moraes, poeta, compositor e escritor, morto aos 67 anos, em 1980)
Para escrever a biografia “O Poeta da paixão”, o jornalista e escritor Castello mergulhou fundo na vida afetiva de Vinícius. E, a julgar só pela aparência, amar e separar, para o poeta, foi tão fácil quanto inevitável. No fragmentado romance que foi sua vida, as dores, talvez tão desejáveis quanto os amores, é que tingiram o enredo das cores mais belas.
Castello escolheu buscar o outro lado da saga romântica de Vinícius, entrevistando suas mulheres. Que tal ser tão amada e, de repente, esquecida e deixada para trás com todas as lembranças? No adeus irrevogável, ao que parece, pode-se encontrar uma saída eficiente na fantasia: quase todas as ex-mulheres de Vinícius sobreviveram acreditando terem sido o seu “grande amor”. Num envolvimento em que ambos os lados mitificam, endeusam o outro, a verdade dos fatos torna-se irrecuperável. Se cada uma sentiu-se amada como única, certamente assim foi.
Poemas, encontros inesperados, presentes, pequenas atenções, delicadezas, músicas, viagens... O poeta oferecia o mundo à eleita, que aportava na irrealidade sem levar na bagagem um pingo de juízo. E aí é que está a graça de tudo, aí é que está o segredo da paixão. Cercado da aura de artista genial e boêmio, Vinícius pôde ter a seus pés todas as mulheres do mundo. Quem resistiria? No final da vida, meninas com um terço da sua idade o amavam mortas de ciúme, como se ele, apesar do peso dos anos, dos vícios, dos fracassos, ainda fosse mais cobiçável que elas no apogeu da mocidade.