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Escrever é "outrar", para Amós Oz

  • Christiane Brito
  • 6 de dez. de 2015
  • 2 min de leitura

“O bom humor é o melhor antídoto contra o fanatismo”. A frase é do escritor Amós Oz, a quem recorro para escapar do fanatismo que as redes sociais praticam. E na qual todos nos enredamos de vez em quando ou muitas vezes. Fugir do fanatismo não é se isolar no pico da indiferença, mas se solidarizar a partir do cada vez mais raro – e dificílimo – exercício da empatia.

A seguir, mais Oz para quem gosta de ler, escrever e pensar mais do que reproduzir opiniões de terceiros nas redes sociais. São versões, livres, que fiz do inglês, reassistindo ao programa Roda-Viva (TV Cultura) de 2012: “Quando volto da minha caminhada no deserto a cada manhã, tomo a minha xícara de café, sento-me à escrivaninha e começo a me perguntar: e se eu fosse ele? E se eu fosse ela? E se eu fosse eles? E me coloco no lugar de cada um deles enquanto escrevo”. “Não me preocupo com a repercussão que a opinião de um personagem pode ter, porque ele não me representa. Eu não defendo pontos de vista na literatura; defendo-os em artigos”. “Eu acredito no leitor que se pergunta: que parte do livro é relevante para a minha vida?” “Há algo curioso sobre os prêmios literários: você os recebe por algo que não poderia deixar de fazer. É como ser recompensado por respirar. Se, em vez de prêmios, eu recebesse penalidades pelas quais tivesse que pagar, ainda assim eu não deixaria de escrever.” “A tragédia e a comédia não são dois planetas diferentes, mas duas janelas que apresentam diferentes ângulos de uma mesma paisagem”. “Eu defendo a arte de fazer concessões porque todas as pessoas estão certas em relação a um tema, não 100% certas, mas podem estar 50% certas e isso é o bastante para que sejam ouvidas”. “Eu não escrevo histórias sobre mocinhos contra bandidos, escrevo sobre os conflitos entre o certo e o certo. Esta é a natureza da tragédia, o confronto entre duas reivindicações poderosas”. “Eu escrevo comédias trágicas. E não escrevo um parágrafo devastador seguido por outro engraçado, eu escrevo um mesmo parágrafo que seja doloroso e engraçado.” “Não conheço fanáticos bem-humorados e nunca conheci alguém com senso de humor que tenha se tornado fanático.” (Amós Oz)

 
 
 

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