Só quem gosta de rock entende como o som acorda para a vida!
Não é barulho, é instrumental pesado de fundo -- nem sempre--, e voz de tenor segurando agudos; é o despertar dos sentidos para conexões de vida e paixões que fazem bem à saúde.
O novo clipe do Foo Fighters, “Run”, mostra toda essa vibração do gênero .
Tem que ser assistido sem juízo de valor, porque caricaturiza a velhice e, principalmente, o modo como tratam os velhos, seja no asilo ou no quarto da casa em que moram.
Pílulas de todas as cores e formatos dão bom dia e boa noite aos idosos, que não têm interlocutores ou parceiros, não contam suas histórias, mas escutam e partilham as diversões sob controle dos cuidadores, sejam familiares ou profissionais de saúde.
Os idosos, principalmente os que estão doentes, deixam de explorar o desconhecido, por isso deixam de “crescer” em experiência.
Sujeitam-se às fronteiras impostas por terceiros bem intencionados ou por si mesmos, em respeito a limitações físicas aparentemente insuperáveis. Assim convencidos, recolhem-se ao tempo da lembrança, derradeira tentativa de colocar prazer na rotina de medicamentos e cuidados que se eternizará, sabem disso.
No clipe, os integrantes da banda são idosos, talvez moradores do asilo, e rebelam-se, incitando os companheiros a burlar toda vigilância e escapar. Tocam e cantam enquanto comandam a instauração da anarquia no espaço outrora quase fúnebre.
Só quem canta em voz alta e dança, desafinado ou desajeitado, não importa, entende o que a música faz pelo corpo. Entende a mensagem que beira o non sense do Foo Fighters, grupo fundado em 1994 pelo ex-Nirvana, Dave Grohl, 48.
O vídeo traz explícitas referências a filmes como “Um estranho no ninho” (“One Flew Over the Cuckoo's Nest”, EUA, 1975, direção de Milos Forman).
Assista a seguir: