Quem canta os anos espanta, caso do ex-Titã Arnaldo Antunes, quase 57 anos, e da ex-Kid Abelha, Paula Toller, quase 55. Os dois sopram velas até o final de 2017 .
Eles se encontraram no palco agora em maio, em final de turnê do primeiro, e, entre outras canções, reinterpretaram “Não vou me adaptar”.
Sucesso dos Titãs em 1985, a música ganha aura de terceira idade na voz dos cinquentões bem conservados. Particularmente com os versos “Eu não tenho mais a cara que eu tinha; No espelho essa cara não é minha” -- que tanto expressam o salto da adolescência para a juventude quanto o mergulho no susto das primeiras rugas e cabelos brancos.
Para quem ainda duvida que o palco (e o rock) é tônico da juventude, basta ver performances recentes de Mick Jagger, 73 (Rolling Stones). Arnaldo e Paula são ainda garotos diante do britânico, que se tornou pai pela oitava vez em 2016. Haja fôlego!
Jagger comprova com seu exemplo que, para cantar, dançar e tocar um instrumento tem que ter peito em todos os sentidos, um coração que exploda pelo prazer de viver até o último dos dias.
E nenhum medo de parecer ridículo porque mais ridículo é não se expor à aventura do novo, perdendo oportunidades de recomeço.
